Ana Maria Barata de Brito já contemplara várias vezes “O Homem do Turbante”, um pequeno quadro a óleo que o flamengo Jan Van Eyck pintou em 1433, tido por alguns como um autorretrato do artista. Mas foi só depois de ter lido no livro de António Mega Ferreira, “Mais que Mil Imagens”, que “pela primeira vez um sujeito profano era representado a olhar de frente para o fruidor do quadro” – o que era uma novidade absoluta – que decidiu ensaiar o seu próprio “homem do turbante”.
Este foi o início do que veio a ser uma série de 50 pinturas a óleo e a acrílico sobre tela, que agora apresenta na Galeria de Exposições do Supremo Tribunal de Justiça. Entre 2020 e 2024 a Conselheira jubilada foi executando o que descreve como a sua “lição com os mestres” e cuja seleção obedeceu a um duplo critério: “tratar-se de um artista da minha preferência e ter realizado um autorretrato entusiasmante”.
A coleção de 50 pinturas que se podem apreciar nesta exposição são interpretações suas dos autorretratos de artistas como Rafael, o já citado Jan Van Eyck, Andy Warhol, Goya, Picasso, Matisse ou Frida Kahlo, para referir apenas os mais célebres, mas também autorretratos de si própria.
Ana Maria Barata de Brito foi buscar o nome para a sua exposição ao título de um livro de Malraux. “Nada detém o deslizar da pintura”, escreveu o autor francês em “O Museu Imaginário”.
A exposição inaugura no dia 3 de julho, às 18h, na Galeria de Exposições do Supremo Tribunal de Justiça, e fica patente até 31 de outubro.
voltar